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18 de setembro de 2013

GINÁSTICA



Nei Duclós

 Meu olho agora confunde formas
 Um prato pode ser uma flor
 Uma peça de roupa um abajur
 Uma parede, o espelho. Saio ganhando

 Posso ver esporos onde há só poeira
 vultos da Lua em sombras esparsas
 raios de sol no rebuliço dos duendes
 e as fadas de carona na algazarra

 Não enxergo mais o roçar das árvores
 quando o tempo passa jogando baralho
 vejo poema onde não existe o sonho

 Talvez seja apenas um treino bizarro
 essa falta de foco, contornos confusos
 ginástica do amor mudando de rumo


RETORNO - Imagem desta edição: foto de Marga Cendón.