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4 de agosto de 2013

TU ÉS O MAR QUE EU NAVEGO



Nei Duclós

Tu és o mar que eu navego
Minha bandeira mais firme
encomenda do destino
convés de um longo batismo

que eu reduzo à poesia
água de luz ribeirinha
retorno além do limite
broto gerado na chuva

Tu és o gesto sereno
que me leva até as alturas
palavra que muda o vento
amor que retira a luva

Não percebemos direito
o que o mundo nos aplica
somos conflito de imagens
rebanhos sob a neblina

És meu profundo cardume
que assoma na superfície
rede que atiro com gana
curvas com som de granizo

Tu és o amor que convoca
para o sonho convulso
passas soberba nas nuvens
eu te agarro pelos pulsos

 
RETORNO - Imagem desta edição: Ophelia, obra de John William Waterhouse, 1899.