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4 de agosto de 2013

QUANDO SILENCIAS



Nei Duclós

Quando silencias é porque procuras o botão da tempestade.

Não permites o vazio. Preenches o tempo com teu improviso.

O céu faz curso de nuvens. As melhores notas são em forma de algodões.

Teu destino é a distância, por mais que sopre o vento.

Que me importa o frio. Quem manda deixar a janela aberta para a minha fantasia

Quando o dia perde o sentido penso em ti para recuperar o prumo.

Flutuo quando fantasio.

Flor. Combina contigo.

Só dói quando acordo.

Religião é quando você acredita no que não vê. Política é quando você vê o que não acredita.

Te peguei pela palavra. O resto veio abaixo

Dose de andorinha em teu voo arisco. Espero que pouses, dividida.

Trazes uma mensagem no coração de vidro. Quebre o lacre, me dizes, para ler o que está escrito.

O amor é eterno, mas pode ser esquecido.

Reli para ter a mesma emoção. Mas o espírito já sabia quando a palavra puxaria o gatilho. O tiro saiu pífio. Soou como uma traição.


MÉTODO

O sol não planeja seu dia. É sempre a mesma rotina. Um dia ele some e vai brilhar em outra freguesia.

Acumulo livros na minha estante. Leio depois, quando não houver mais tempo.

Para onde irei ninguém sabe. Onde estava antes de nascer é que é a chave.

Todo homem nasce duas doses abaixo do anormal.

Para produzir pensamento é preciso de Método. Imagine uma abelha pegando fogo...

Filosofia da empresa tem prazo de validade.

Meu rosto misturou-se ao esquecimento. Quando revi no espelho, era outro.

Saturei-me de viver sem motivo. Acenda uma fogueira no infinito.

Estudar filosofia é a melhor maneira de não ter filosofia de vida

Chute o balde e depois pergunte que barulho é esse?

Ser livre é dizer achando que ninguém está vendo


RETORNO - Imagem desta edição: Dolce far Niente - obra de John William Waterhouse.