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29 de abril de 2013

PAULO VANZOLINI



Nei Duclós

A verdadeira solidão é a do morto
enfim absorto em si mesmo, corpo
sem movimento, olhar obscuro
opaco ser na barca de Caronte

Bichos estudam o rumo do banquete
percorrem da pele ao veio oculto
enquanto o homem exala o sopro
que lhe escapa a toda para sempre

Burocráticos necrológicos inventam
uma biografia aquém da grandeza
dorme a nação erma de seu gênio

Espíritos convergem para recebê-lo
cantam a obra prima, a rara precisão
Ao norte, órfã, grita de dor a Amazônia