Páginas

18 de abril de 2013

INVENTAR



Nei Duclós

Acordar em outro país, além do mar
mudar o nome de batismo, inventar
conforme o dia um amor sem virtude
combinar fora da vida o desabrigo

Fundar uma estação, delta de gritos
trens vindos do nada com dor madura
desperdício de sons, aulas de música
onde toco pífaro e tu és a violinista

Ser utópico, pragmático, megacrítico
e ao mesmo tempo sonhador, adulto
alimentar-se do mel de tuas raízes

Como os profetas nos campos de trigo
devastados por ninfas em conflito
as loucas, que fazem pão com poesia