Nei Duclós
Te perdi para sempre, rastro de areia
o sopro do mar te colocou na bateia
sobraram beijos que jamais me deste
nosso amor é inútil como este poema
Seguir com o verso apenas por vício
secreta esperança de um dia revê-la
mesmo impossível, a chance extrema
amante perdido entre
o sal e a rede
Começo a verter o sangue da espera
chocalho que vibra em céu retorcido
escutas de longe, remorso de estrela
Bato o tambor, invento o desfile
sabendo que é surda tua companhia
Moras em mim num fingido exílio
RETORNO – Imagem desta edição: Claudia Cardinale.