Nei Duclós
O tempo só vale a pena se houver
Lua,
de preferência transparente, no
azul do dia,
entre folhas que a abanam,
balão de branca seda, luz
crescente.
E também se vieres a Leste do meu
beijo
de rendas finas, e grossa
oferenda
que impregne o mar de ramalhetes
renque de perfumes de um convite
É importante a presença sem
insultos
o mutismo que sopre em catavento
e rinja, articulado, no excesso
de zelo
Folhas a esmo, corações numa
bandeja
e o mistério de haver apenas
sonho
quando tudo rola para o abismo
RETORNO – Imagem desta edição: foto de Marili Benthien.