Nei Duclós
Os livros não nos pertencem,
nem às estantes. São tantos.
Sobram, rescaldo de incêndios
grudam o carvão das folhas
Lembramos, mas não inteiros
pedaços de ilusões do verbo
Versos e textos sem critério
Semeadura em campo estéril
Devemos aos autores o medo
do esquecimento, o enjoo.
Gravar o que não tem remédio
Somos a escassez do eterno
ficar, sem condições de voo
passar, na vocação da perda