Nei Duclós
Pago em versos o que devo em silêncio
cada minuto calado uma letra de espanto
uma volta do sol e eis uma odisséia
desde que sejas a sereia e eu o vento
Sopro em teu ouvido o que
era escasso
produzo em ti solfejos de improviso
guizo feminino no giro do astrolábio
velas que se esfumam na roca do gemido
Conto com a rota planejada no sereno
quando nos molhamos em infinito beijo
só assim funciona o doce pagamento
Passei tempo demais longe do teu rosto
cheguei a esquecer como era teu cabelo
até que jogaste a cascata sobre os ombros
RETORNO – Imagem desta edição: Rita Hayworth.