Nei Duclós
Tento te seduzir pelo que sonhas.
É uma forma de moldar teu rosto
para que caiba em mim,
leão de montanha.
Não consigo ser menos do que humano
É meu limite aparente de outono
inventei uma estação do ano
olho tardio do sono
Faço o balanço do que não mais emociona
o tempo escorrendo à toa na distância
que cultivamos entre crisântemos
Jardim de precoce drama
Largo mão de ser o que pressinto
volto para a surpresa, susto de estrias
Percorro a noite como saltimbanco
busco minha prenda
É quando surges sem dizer aonde
mapa ignoto submerso em pergaminho
Ligas o farol de inexistente ilha
lá reinas comigo na
cama
RETORNO – Imagem desta edição: cena de Sonhos, de Akira Kurosawa.