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19 de outubro de 2012

VOLTO PARA A SURPRESA



Nei Duclós
 
Tento te seduzir pelo que sonhas.
É uma forma de moldar teu rosto
para que caiba em mim,
leão de montanha.

Não consigo ser menos do que humano
É meu limite aparente de outono
inventei uma estação do ano
olho tardio do sono

Faço o balanço do que não mais emociona
o tempo escorrendo à toa na distância
que cultivamos entre crisântemos
Jardim de precoce drama

Largo mão de ser o que pressinto
volto para a surpresa, susto de estrias
Percorro a noite como saltimbanco
busco minha prenda

É quando surges sem dizer aonde
mapa ignoto submerso em pergaminho
Ligas o farol de inexistente ilha
 lá reinas comigo na cama


RETORNO – Imagem desta edição:  cena de Sonhos, de Akira Kurosawa.