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25 de outubro de 2012

RASCUNHO



Nei Duclós
 
Como pode um viver assim tão rude
que é quase um morrer de tanta dor
solidão que combina com o escuro
dura rotina, rito sem sentido, religião

Ficavas aqui, compartilhada musa
domínio da luz vertida em chão da Lua
não havia em teu abraço a ruptura
nem no peito o adeus que não se foi

Dizer que estás ausente num minuto
quando olhei para o lado e se perdeu
o motivo do laço, sonho que machuca

Partiste assim, na imposição deste destino
sem que eu pudesse trocar a foto do perfil
para o poema que passa o amor a limpo


RETORNO – Imagem desta edição: Ingrid Bergman.