Nei Duclós
Rompi o dique, virei calamidade
inundei as ruas do teu rosto
levei junto a tralha da memória
destruí o conforto da evidência
Ficou o barro, resto de consórcios
palavras que apodrecem tortas
perdi o verso no olhar de palha
sobre janelas de flor aleatória
Sentei praça na nossa desavença
que a distância lavou
na guerra
me recebeste vestida de condessa
Notei que o tempo reabriu feridas
mas relevaste as datas de miséria
És meu privilégio de uma era incerta
RETORNO – Imagem desta edição: obra de Steve Hanks.