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17 de junho de 2012

PRIVILÉGIO


Nei Duclós

Rompi o dique, virei calamidade
inundei as ruas do teu rosto
levei junto a tralha da memória
destruí o conforto da evidência

Ficou o barro, resto de consórcios
palavras que apodrecem tortas
perdi o verso no olhar de palha
sobre janelas de flor aleatória

Sentei praça na nossa desavença
que  a distância lavou na guerra
me recebeste vestida de condessa

Notei que o tempo reabriu feridas
mas relevaste as datas de miséria
És meu privilégio de uma era incerta

 
RETORNO – Imagem desta edição: obra de Steve Hanks.