Páginas

9 de junho de 2012

AGRADO


Nei Duclós

Tanto poema e não é suficiente
pedes mais, sedenta sem conserto
a palavra não esquenta, se alimenta
do que produz em silêncio o coração

Tudo é simples no comboio do soneto
não há segredo guardado no porão
pago o mico de ser assim direto
saltimbanco do verbo, cantochão

De rima pobre sou feito nesta quadra
para escapar do frio e da vanguarda
cansei da guerra, abandonei o front

Quero apenas o mundo que te agrada
e eu possa desmanchar o teu penteado
quando me atraco em ti, poço sem  fundo  


RETORNO – Imagem desta edição:  Penelope Cruz.