Nei Duclós
Tanto poema e não é suficiente
pedes mais, sedenta sem conserto
a palavra não esquenta, se alimenta
do que produz em silêncio o coração
Tudo é simples no comboio do soneto
não há segredo guardado no porão
pago o mico de ser assim direto
saltimbanco do verbo, cantochão
De rima pobre sou feito nesta quadra
para escapar do frio e da vanguarda
cansei da guerra, abandonei o front
Quero apenas o mundo que te agrada
e eu possa desmanchar o teu penteado
quando me atraco em ti, poço sem fundo
RETORNO – Imagem desta edição: Penelope Cruz.