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12 de outubro de 2011
INFÂNCIA DO MEU CORAÇÃO
Nei Duclós
Quando criança, queria tocar o céu com a mão.
Lembro como fiquei impressionado
quando me dei conta que as nuvens
não eram grudadas no forro azul do dia.
Perguntava qual era o mistério da Lua
que estava sempre visível,
por mais que sumíssimos
pela estrada afora.
De vez em quando, uma estrela
se desprendia do vestido da noite
e caía numa explosão muda de luz
por trás do colégio.
O rio era um só, mas ganhava
muitos batismos.
As corujas dormiam de dia
e ficavam postadas nos grossos moirões da cerca.
O tempo alisava o campo, como um vento
que a idade aprendeu a amar.
Hoje quando sinto a brisa, vento mulher,
pergunto: é você, musa, natureza?
Infância do meu coração.
RETORNO - Imagem destra edição: Desconfiado, foto de Anderson Petroceli
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