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4 de novembro de 2010

AUSÊNCIA DA LUA


Nei Duclós


Vejo o entardecer na rede
Céu de ouro antes da bateia
Azul de azulejo varre o ermo

Coruja pousa no poste de cera
Repete o mântra e se manda
Desfia o ar como um novelo

Há convite mas nenhuma estrela
Que no camarim olha-se prenda
Brilha o rosto no porão do reino

Broto da velha romã é borra
Onde pisa altiva a Soberana
Noite em caldeirão de ferros

Eles marcam a carne do poente
Sopro iminente do mistério.
E a Lua, na miséria, onde anda?


RETORNO - Imagem desta edição: Moon Over Amsterdam, foto de Daniel Duclós.

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