Nei Duclós
Já não tenho mais fôlego
Gastei o ar tentando
reanimar um poema
Pego cedo no batente:
palavra malhando ferro,
verso cortado rente,
fole soprando sonho,
som de pássaro no teto.
Pego cedo de contente
Sol subindo no poente,
fim do dia no levante:
o tempo vira do avesso,
espia a noite no banho
Lua pergunta à nuvem:
“Cansou da correria?
Agora deita, pluma,
e conta como foi
seu dia”
Deixei meu coração guardado
e saí com minhas garras.
Mas fui atacado pelo amor
e tive que voltar correndo
para apanhá-lo
RETORNO -
Imagem desta edição: Ilha do Papagaio-SC, obra de Ricky Bols.
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