Nei Duclós
Poeta é pastor, poema é gado
solto na montanha para o abate
Chegam os leitores nos safáris
a recolher a lã e a carne
Escolhem de luneta e de espingarda
Deixam osso e pele ao sol da tarde
Voltam cheios de citações no alforje
Tesouro morto de uma antiga safra
Um país não vale um poema
Nem o rebanho quando tarda
Um bezerro que berra no caos
Recolho alguém na praia brava
Descubro o lugar que verte água
Acima das obrigações da caça
RETORNO -
Imagem desta edição: Éolo, nascimento de Vênus, de Boticelli. Tirei daqui.
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