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13 de setembro de 2009

FISCHER DESTACA “NO MAR, VEREMOS”


Lançado em 2001 pela Editora Globo, de São Paulo, com apresentação de um dos maiores poetas brasileiros, Mario Chamie, o meu terceiro livro de poesia, “No Mar, Veremos” foi acolhido pelo escritor e ensaísta Luís Augusto Fischer (foto) num texto de 2006. Reproduzo aqui as palavras de Fischer, consideradíssimo intelectual brasileiro, que assim remou contra a corrente da crítica especializada e do chamado jornalismo cultural, que não só ignorou o livro como sequer deu uma nota na grande imprensa.

Quando falo do boicote gratuito a obras e autores, sempre tem alguém para dizer que estou “recramando” ou, o que é pior, “chorando”, expressões da cultura ágrafa que muito me irritam. Só queria entender porque, este livro tão primorosamente editado por Wagner Carelli, quando era Publisher da Editora Globo, ficou no limbo, quando tantas nulidades emergiram com força na mesma época, sendo incensados e premiados a valer (atenção: nem sob tortura citarei nomes). “No mar, veremos” não ganhou prêmio, claro, mas basta a apresentação de Chamie, o carinho de inúmeros leitores e textos como este do Fischer para acalmar minha expectativa.

Sábado, 11 de novembro de 2006

MELHOR POESIA 15

Luís Augusto Fischer

“Nei Duclós, veterano mas econômico poeta (nasceu em 48, estreou em 76), lançou em 2001 seu terceiro livro, No mar, veremos (editora Globo). Na poesia de Nei não faltam dois ingredientes, agora como nos livros anteriores: um sentido de pertença muito forte ao mundo sul-rio-grandense e uma noção clara de responsabilidade social da poesia e do poeta. Nei conta com a relativa vantagem do tempo, do espessamento da experiência, daquilo que se conquista na medida em que se morre um pouco. Aí estão poemas de memória para Glauber Rocha ("Baiana luz, dai-me a eloqüência: / a voz do mar ou teu cinema") ou para Jimi Hendrix. Experiência que não renega o passado, os sentimentos já vividos e compartilhados com os companheiros, e olha para o presente, em Esquina, dos mais belos poemas do livro:

ESQUINA

Nei Duclós

Procuro alguma coisa bela
na rua que perdeu a alma
a lua, alguma coisa nova

Procuro alguma coisa séria
a prova de que estou na terra
a estrela que não for loucura

Procuro alimentar os olhos
com a luz que brota na calçada
na curva de uma esquina clara

Procuro aquilo que me espera
o corpo que recusa o escuro
a mão que enfim me desamarra"


Um pouco de Luís Augusto Fischer, tirado da Wikipédia: “Luís Augusto Fischer (Novo Hamburgo, 25 de Janeiro de 1958) é um escritor, ensaísta e professor brasileiro. Nascido em Novo Hamburgo, Fischer vive em Porto Alegre desde o seu primeiro ano de vida. É formado em Letras pela UFRGS. Cursou também História, mas não concluiu. Tem mestrado e doutorado (com tese sobre Nelson Rodrigues) também pela UFRGS, onde leciona Literatura Brasileira desde 1985.

Escreve regularmente para vários jornais, como Zero Hora, Folha de S. Paulo e ABC Domingo (de Novo Hamburgo). Também colabora com as revistas Bravo! e Superinteressante. Entre 1993 e 1996 foi coordenador do Livro e Literatura da Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre. De 1998 a 1999 foi presidente da Associação Gaúcha de Escritores.

Tem publicados vários livros de contos, crônicas, ensaios e teoria literária. Seus maiores sucessos de vendas são o Dicionário de Porto-Alegrês (1999) e o Dicionário de Palavras e Expressões Estrangeiras (2004). Em 2005, publicou seu primeiro texto de ficção mais longo, a novela Quatro Negros.

Desde 1999, juntamente com o professor Cláudio Moreno e a radialista Kátia Suman, Fischer organiza o Sarau Elétrico, evento que acontece todas as noites de terça-feira no Bar Ocidente, sempre com leituras de textos em torno de um tema ou de um autor, e que se tornou uma referência para a cultura de Porto Alegre. Em 2007 recebeu da Secretaria Municipal de Cultura o Prêmio Joaquim Felizardo, como Intelectual do Ano de Porto Alegre.”

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