Nei Duclós
Que mundo frio, o da música
Virtuoses nem se falam
Maestros emigram
Que mundo duro, o da escrita
Gênios não se citam
Celebridades brigam
Que mundo morto, o do artista
Bienais celebram ruínas
Galerias pontificam
Que solidão, a do jornalista
O tempo não se entrega
As notícias se vingam
Que mundo sem sentido, este
Em que o talento afunda
No seu próprio exercício
De que adianta esse sonho
Se não deixa pistas?
De que adianta o amor
Imóvel e perdido?
Que mundo estranho o da ametista
Mora esquecida no fundo da pedra
E só faísca quando lhe quebram
A casca impenetrável do espírito
Não basta escrever, esculpir, tocar
O teatro está vazio, o ator não dá na vista
Ele se retira antes de aparecer
Sob as luzes sombrias
Recite este poema
Para o mar que não escuta
Encarne o personagem
Para a indiferente lua
Não importa, a platéia
É feita de multidões futuras
Inexistentes, mas atuantes
Na imaginação crua
Rime sem remorso
Sopre a ventania
A vida é esse papel sem brilho
Com Deus por testemunha
RETORNO - Este é o décimo terceiro-poema inédito publicado este ano. A poesia veio com tudo em 2008. Publiquei também um poema reescrito (Cerro), poemas já colocados na rede (O nome da terra), poemas de meus livros publicados, poemas traduzidos (Tempo de perdão, para o italiano). Vários dos inéditos são feitos a partir de fotos de Anderson Petroceli. O grande hit do ano é Orkutíada, que teve muita repercussão, especialmente, claro, no Orkut. Acho que 2008 me trouxe um novo livro de poemas, que emergiu com força. Há uma abordagem diferente em relação ao que escrevi anteriormente.
Que mundo frio, o da música
Virtuoses nem se falam
Maestros emigram
Que mundo duro, o da escrita
Gênios não se citam
Celebridades brigam
Que mundo morto, o do artista
Bienais celebram ruínas
Galerias pontificam
Que solidão, a do jornalista
O tempo não se entrega
As notícias se vingam
Que mundo sem sentido, este
Em que o talento afunda
No seu próprio exercício
De que adianta esse sonho
Se não deixa pistas?
De que adianta o amor
Imóvel e perdido?
Que mundo estranho o da ametista
Mora esquecida no fundo da pedra
E só faísca quando lhe quebram
A casca impenetrável do espírito
Não basta escrever, esculpir, tocar
O teatro está vazio, o ator não dá na vista
Ele se retira antes de aparecer
Sob as luzes sombrias
Recite este poema
Para o mar que não escuta
Encarne o personagem
Para a indiferente lua
Não importa, a platéia
É feita de multidões futuras
Inexistentes, mas atuantes
Na imaginação crua
Rime sem remorso
Sopre a ventania
A vida é esse papel sem brilho
Com Deus por testemunha
RETORNO - Este é o décimo terceiro-poema inédito publicado este ano. A poesia veio com tudo em 2008. Publiquei também um poema reescrito (Cerro), poemas já colocados na rede (O nome da terra), poemas de meus livros publicados, poemas traduzidos (Tempo de perdão, para o italiano). Vários dos inéditos são feitos a partir de fotos de Anderson Petroceli. O grande hit do ano é Orkutíada, que teve muita repercussão, especialmente, claro, no Orkut. Acho que 2008 me trouxe um novo livro de poemas, que emergiu com força. Há uma abordagem diferente em relação ao que escrevi anteriormente.
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