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24 de julho de 2008

CAVALEIRO


Nei Duclós

Pampa no inverno é a solidão completa
Só há um cavaleiro em campo aberto
Poncho até os pés, imóvel e reto
Não se divisa o rosto na névoa

Ele espera alguma coisa sob o chapéu
Sinal de uma tropa que se escondeu
Talvez um cigarro ardendo no breu
O soco da espingarda contra o céu

Na linha de tiro pôs seu coração
Na guerra suja que o vento lambeu
Na vida ceifada pela refrega

Pampa no inverno, o mundo se despede
Parto partido com a faca de fio cego
Só há um cavaleiro diante de Deus

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