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25 de março de 2008

UM PAÍS SEM VALOR


Evito ao máximo o noticiário de televisão. Mas às vezes me pego em frente à telinha e vejo a sucessão de barbaridades, pseudo-notícias entremeadas de mentiras publicitárias nos intervalos e fora deles. O que se destaca é o Brasil sem soberania, à mercê de quem o rifou para o mercado. O horror está em todos os minutos.

O megatraficante apanhado com mais de uma tonelada de cocaína amanhece morto numa cela poderosa. A tragédia são as caras e bocas do ministro prestigiado, dizendo que vai fazer uma investigação séria. Não existe seriedade se alguém, que movimenta tanta grana no tráfico de drogas, morre sob a guarda do Estado e a versão é que o sujeito cortou a carótida com uma faquinha de plástico.

Está resolvido: o mosquito da dengue é municipal. Mas como a doença explodiu no Rio de Janeiro, então o governador explica que agora o caso é estadual. Enquanto isso, o governo federal tira ouro do nariz.

Montanhas de livrecos imbecis dirigido às crianças, a maioria editados com verbas públicas, são carregados por um jegue e atirados no chão, onde são recolhidos por estudantes que perdem tempo lendo suas páginas. A tragédia é que o troço ganha destaque e pode servir de paradigma para outras iniciativas. Teremos a Jeguebrás, no mínimo.

Há 17 anos uma fulana tortura crianças e só agora houve uma denúncia. Ela achava que estava educando e não torturando. É que o povinho não tem valor, então precisa das luzes de quem se coloca acima dele.

Foi só existir a ameaça de reestatizar a grande empresa exploradora de minérios, vendida no governo FHC por 3 bilhões de dólares quando valia 90, para ela então inundar a mídia de publicidade. O mote é que o brasileiro vale. Vale nada. Está na mão dessa canalha.

A famosa atriz faz o papel da dona de casa imbecil que consegue um cartão de crédito, a agiotagem em forma de dinheiro plástico, e sai pulando de contente no shopping. Claro que está feliz. Ganhou cachê para o banco, a quem serve, mentir.

Mente-se deslavadamente, de maneira maciça e sem nenhum constrangimento. Claro, não existe oposição. Estamos no auge da ditadura. Vai falar mal dos caras, vai. São todos impolutos, inocentes, sérios, corretos. E dê-lhe propaganda dos heróis da nossa democracia. Nenhum deles é trabalhista.

Por falar em trabalhismo, ontem vi uma saraivada de reclames do partido traidor mentindo sobre carteira assinada e direito dos trabalhadores. Para isso lutou e morreu Leonel Brizola. Para os cretinos empalmarem sua herança.

A putaça que derrubou o governador americano fala com intimidade com quem quer que se aproxime dela. “Fulano, você sabe, né fulano” dizia ela para o repórter. É uma técnica da prostituição que foi adotada no comércio. Nas loja perguntam teu nome. E começam: “Pois então, Fulano, temos uma promoção, né Fulano”.É o mesmo expediente. O mundo transformado em mercadoria destruiu a nação soberana e impôs a cultura de bordel.

O Brasil é reconhecido internacionalmente pelo michê.

RETORNO - Imagem de hoje: foto impressionante de Anderson Petroceli, do cachorro que parece estar correndo sobre as águas. Cachorro brasileiro, naturalmente.

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