A tradicional lista de fim de ano do Diário da Fonte volta com tudo, para destacar aqueles autores que nos ajudaram a cruzar o tempo com algum sentimento poderoso, quando habitamos o centro da criação. A foto acima é de Irene Schmidt, destaque em Fotografia.
ROMANCE E NOVELA
DAVID TOSCANA - Com “O Exército Iluminado” e “O Ultimo Leitor”, o grande romancista mexicano nos conquista com seu talento, sua concentração, e suas lições de uma literatura arrebatadora.
JAVIER CERCAS – Com “O ventre da baleia”, o mestre de “Soldados de Salamina” faz a radiografia do ambiente universitário saturado, nos ensinando os mecanismos da linguagem literária e carregando a narrativa com seus principais tesouros.
CARLOS MARIA DOMINGUEZ – Com “Casa de Papel”, o escritor uruguaio nos deslumbra com esta história que nos leva até os confins do seu país, onde um leitor compulsivo fica entregue a seus pesadelos.
CONTOS
FRANCISCO COLOANE – Em “Terra do fogo”, a grande literatura do autor chileno nos revela a paisagem geográfica e humana inédita das terras austrais do continente sul americano.
RICARDO PERÓ JOB – Com “A sereia do luminoso”, um livro que nem parece ser a estréia de um escritor, Ricardo nos oferece, com a segurança dos veteranos, o assombro de suas revelações semeadas numa fronteira radical.
TONY MONTI – Com “O menino da rosa”, um pequeno grande livro, o segundo do autor, que já nos deu o premiado “O Mentiroso”, Tony mostra a escassez que busca o brilho, o recuo que reage, o disfarce que quebra a leitura e a transporta para outras paragens. Por ser curto, o livro engana a pressa dos olhos que acham já terem visto tudo.
POESIA
DEDÉ FERLAUTO - O poeta radical some do mapa e nos deixa com o remorso de não termos reatado laços, construído mais pontes, avançado em mais alguns territórios. Uma presença que fica, pelo muito que fez e pela grandeza de não ter aparecido como deveria, o que não é pouca nesta época de exposições exageradas.
PORTOPOESIA - O evento organizado em Porto Alegre por Marco Celso Huffel Viola, Mario Pirata, Sidnei Schneider, entre muitos outros, foi o grande destaque do ano. Uma semente que vai dar inúmeros frutos nos anos que virão.
OLIVEIRA SILVEIRA - Homenageado no Portopoesia, Oliveira Silveira é a contundência poética que vem de longe, a originalidade de uma voz que não se rende e, em pessoa, a sinceridade, o talento, a gentileza e a afetividade que alcançam o status de civilização libertária.
CRÔNICA
ANDRÉ FALAVIGNA – O grande cronista arrasa com seus textos no Comunique-se, diferenciando-se das referências obrigatórias e dos seus pares, ao apostar numa base ética enquanto compõe um condomínio de edifícios dilacerados pelo sarcasmo e a lucidez sem limites. Um escritor que chega com tudo, para ficar.
LUIS CAVERSAN - Sem arroubos, sem vaidades, sem revelações bombásticas, o excelente cronista da Folha de S. Paulo mostra o caminho da leitura sem amarras, sobre temas que nos emocionam e ajudam a entender melhor fatos e ficções.
MÚSICA
RAUL ELWANGER – A sutileza, a tranqüilidade, a profundidade, a graça do compositor, instrumentista e vocalista Raul emerge em 2007 como um aceno de luz, nos garantindo que nem tudo está perdido nesta vida louca.
CLAUDIO LEVITAN – Esse é o cara: todas as culturas confluem para seu talento sem limites. Coloquei em música, como poderia colocar em Literatura, Arte etc.
CINEMA
JORGE FURTADO - Aquele que sabe filmar nos brinda com “Saneamento básico, o filme”, uma obra sobre cinema que repõe a inteligência da brasilidade no país que perdeu o rumo.
FOTOGRAFIA
IRENE SCHMIDT – A fotógrafa exuberante do mar e da montanha impressiona pelos resultados de um trabalho que é fruto de andanças que funcionam como uma declaração de amor ao Brasil e ao planeta.
INTERNET
CRONOPIOS – A revista cultural editada por Edson Cruz estréia em vídeo e oferece um cardápio importantíssimo sobre a cultura contemporânea.
SAGARANA - A melhor revista cultural do mundo, editada por Julio Monteiro Martins (que traduziu, com sua equipe da Universidade de Pisa, meu poema “´É tempo de perdão” para o italiano), continua no auge da sua forma.
CLOVIS HEBERLE - Com seu blog Correcaminos, o jornalista e escritor nos devolve a saga inaugurada nos anos 70 e prepara novos rumos de sua trajetória que palmilhou o mundo ao longo de uma vida em movimento.
IDA LOBATO DUCLÓS – No blog “Nada a ver”, a pesquisa que começou devagarinho e hoje chega ao início do século 18, não é apenas um mergulho na saga familiar, mas um resgate da História do Brasil profundo, exposto em textos e ilustrações que atraem cada vez mais um número maior de leitores e admiradores.
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