Páginas

9 de agosto de 2007

FAROL DEPOIS DO AZUL




FAROL DEPOIS DO AZUL


Nei Duclós


Parti para sempre:

em direção ao poema.

Encarei a prisão

do governo


Sentei no chão

na hora da mesa.

Expliquei as razões

da febre


O tempo não dava

licença. O mundo

ficou preso. Canhões

por toda a fronteira


A polícia fechou

o cerco. O tempo

de cara feia. Olho

gordo no cabelo


Voltei com sonho

desfeito. Passei

no pampa tenso.

Cheguei só e seco


A capital não veio

ver-me. O azul

partiu-se ao meio.

Verso, farol violento

RETORNO - Poema do livro ainda inédito "Partimos de Manhã".

Nenhum comentário:

Postar um comentário