Páginas

12 de fevereiro de 2006

OS NENÉNS DA ERA JK




JK é um fenômeno. Foi só assumir a presidência para haver um baby bomm de gênios. Como se sabe, todos os que brilharam durante seu governo nasceram no dia da sua posse. Assim, como apenas três anos Pelé foi campeão do mundo, João Gilberto e Tom Jobim lançaram a bossa nova, engatinhando o Nelson Pereira dos Santos lançou as bases do Cinema Novo e a arquitetura moderna brasileira, que jamais começou com o prédio do Ministério do MEC da era Vargas, mas em Brasilia, foi uma explosão precoce que até hoje assombra o mundo. Todos esses incríveis eventos foram obra de JK e não, como se sabe, de Vargas, que preparou a cama para quem o sucedeu.

LOTT - A série JK da Globo é absolutamente inacreditável. Numa cena, o Marechal Lott (o militar que garantiu a posse do presdidente, colocando tropa na rua contra a direita golpista) aparece dando conselhos a JK e recebe o troco: não podemos reprimir os estudantes, diz José Wilker, com todo o jeitão de Giovanni Improta. Lott então faz algumas reverências concordando. Isso é um acinte. O marechal Lott é uma das glórias das Forças Armadas brasileiras. Foi candidato derrotado à presidência nas eleições seguintes, perdendo para o populismo de Jânio Quadros. Era um homem de brio e de honra e jamais fez salamaleques para ninguém. E colocar a advertência civil a um militar sobre os estudantes é um anacronismo, pois é como se fosse a atual ditadura civil, travestida de democrata, dando dicas aos militares para se comprortarem. É de vomitar. Quem eles pensam que são?

SOFÁ - A pior palavra da mídia hoje é " glamúr". A série JK está cheia desse glamúr, como se a política brasileira fosse uma festa de debutantes ou um pilequinho de madames. E está cheio de velho comedor de moça, como acontece sempre nas produções globais. Parece um eterno teste do sofá. Hasta quando, Catilina?

Nenhum comentário:

Postar um comentário