Nei Duclós
Não leve a mal o que eu digo
Falo no bom sentido
Não se sinta ofendido
Palavras tem seus caprichos
ÀS vezes um elogio
Com pitadas de ironia
Só para tirar a pompa
Da homenagem ao amigo
Pode ferir sem querer
Basta perder-se no estribo
E não adianta escolher
A mais direta assertiva
O verbo gosta de luxo
E adora ser preferido
Nem devo achar que a trova
Por mais enxuta e sem brilho
Esteja a salvo das manhas
De um repente nativo
O certo é ficar nas pilchas
Sem querer romper a roda
Passar em silêncio o amargo
Atiçando quieto as brasas
Assim nos entenderemos
Como compadres na aurora
Se preparando para a lida
Do rodeio lá de fora
Um guasca nunca se afoba
Sabe que chega a hora
Em que a adaga do inimigo
Pode atingir a carótida
Então vou gritar em guarda!
Para marcar um aviso
E te deixar com recurso
Diante do sacrifício
E tua resposta será
Depois de todo o perigo
Um aceno na cabeça
Que agradece sem ruído
Sem precisar testemunha
O valor de ser conciso
É o que tem mais qualidade Nenhuma literatura
Ganha da nossa amizade
Nei Duclós
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