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16 de março de 2024

PACIÊNCIA

 Nei Duclós 


Renuncio à minha parte, não por estar cheio

Estou em falta de tudo o que preciso

Ou mesmo por querer exibir-me a pleno

Quem me vê bem sabe o pouco que tenho


É de outra natureza esse súbito  desapego

Excesso de experiência talvez ou a idade

Só sei que diminuo em necessidade

Enquanto cresço intenso com o passar do tempo 


Perdi demais, essa que é a verdade

Exigindo porções maiores ou iguais

No fim é sem importância, o que de fato vale

É descobrir no Outro o que nos transforma

Muito além do  corpo e sua fome


Viver é o que está fora, estranho da vontade

Custamos a entender o foco da obediência 

Sorte que contamos com a divindade 

E a sua paciência, aluna da renúncia 


Nei Duclós

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