Nei Duclós
Pelo tato você enxerga o corpo de quem ama
Mais do que a visão ou o cheiro
E percorre seus acidentes geográficos
O tórax, os ombros, a curva do pescoço
E a ligação entre a coxa e os ossos
OS joelhos que se articulam em pobres movimentos
A planície do dorso, a chuva dos cabelos
E as serpentes que molejam os braços
Tudo isso longe do fazer sexo
Apenas a investigação suprema
Do teu amor humano que não se engana a toa
E sabe que a mão chegará à essência
Mesmo que não queira
O veneno da atração sem nada que a retenha
Quando então você se atira, faisca no lombo
Lança quebradiça, vitrine de aço
És um painel preciso de diamantes foscos
Mulher natural sem retoques
Direto do Criador, vagalume, monstra
Nei Duclós
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