Nei Duclós
Lavou-te o mar, beldade urbana
cultivada na acidez do trânsito
o banho moldou-te o mármore
gotas na taça do champagne
Umbigo que prova o sal, vândala
vinda de fomes e jogo de ânsias
teu gesto endurecido cede à onda
e o corpo ganha ritmo no balanço
Estás pronta, como noiva do Oriente
que busca no olhar a face lânguida
e ondula os braços como serpentes
Desça da carruagem e descalça alcance
o que te dou de graça, neste recanto
de pedra e fendas que sem dó afundo
Nei Duclós
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