Nei Duclós
Meu sangue jorra no poema
Fico tão vazio que o vento leva
E joga fora o pulso da palavra
Achei que um anjo me soprava
A obra que deixei ao ir embora
Mas descobri que sou o anjo
Espírito de um sonho sonoro
Desprovido de asas, meio torto
Amante da mulher que fica solta
Enquanto me
dobro em seu regaço
Assim abraço o que perco
No rasgado uso da memória
Nei Duclós
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