Nei Duclós
Adiamos o amor
Assim como o poema
Largaste para sempre
O escritor e sua pena
Palavra que perdi
Nas trilhas da vergonha
Sonho que esqueci
E agora me arrependo
Hoje aprendi
Que errei, mas me pergunto
Quando me viste assim
Exausto e sem assunto
Por que o teu socorro
Não veio até o escriba?
Acostumada ao tesouro
Não te conformas com a vida
Que tudo dá, depois tira
Desconforto da existencia
Nesta passagem de provas
E assim ficamos sós
Duas pobres criaturas
Eu sem resistir
À soma de problemas
Tu musa sumida
Nos confins do abismo
Nei Duclós
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