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29 de outubro de 2022

CONFINS

 Nei Duclós 


Adiamos o amor

Assim como o poema

Largaste para sempre

O escritor e sua pena

Palavra que perdi

Nas trilhas da vergonha

Sonho que esqueci

E agora me arrependo


Hoje aprendi

Que errei, mas me pergunto

Quando me viste assim

Exausto e sem assunto

Por que o teu socorro 

Não veio até o escriba?


Acostumada ao tesouro

Não te conformas com a vida

Que tudo dá, depois tira

Desconforto da existencia 

Nesta passagem de provas


E assim ficamos sós 

Duas pobres criaturas

Eu sem resistir

À soma de problemas

Tu musa sumida

Nos confins do abismo 


Nei Duclós

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