Nei Duclós
Toda poesia é de amor
Não só na carta apaixonada
Ou na celebração familiar
Também no front quando não queremos guerra
Na consagração de alguém ou de um país
Toda poesia é um coração
Mesmo no amargo bilhete de adeus
Ou na ordem de demissão
Seu trabalho é muito bom
Mas não podemos mais ficar no mesmo espaço
Vá embora, meu irmão
Toda poesia é um abraço
Quando ainda não te conheço e quero amasso
Quando volto do exílio quase morto
Quando não tenho motivos só vontade
Vinda não sei de onde, da tua graça
Do jeito que caminhas, do cansaço
Ao dobrar a perna no banco da praça
Toda poesia é uma glória
Talismã da sorte, seta de Cupido
Promessa que cumpro mas não faço
Palavra que se ajoelha sem pedir perdão
Nei Duclós
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