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15 de setembro de 2022

DESTINO

 Nei Duclós 


O que cabia ao inimigo hoje cabe em ti

És o pesadelo que denunciaste na pele do Outro


Mas a memória te trai

Vives na lógica de um mundo morto

Que se transformou

E vira-se contra ti


Não adianta provar nada

Não é  a ideologia que cega 

É a mente imobilizada no disfarce


Não te peço para acordar, é inútil 

Só lamento perder mais um amigo

E servir de repasto para a calúnia

Que disseminas com o olhar oblíquo 


Estar sozinho hoje é  abandonar o passado

É arrostar o Tempo sem misericórdia

Conviver com o destino apunhalado


Nei Duclós

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