Nei Duclós
Não faz sentido o poema que repito
Em infindáveis manhãs do Apocalipse
Se é para cumprir as profecias
Basta obedecer o que está escrito
Mas não é esse do poeta o seu oficio
Calar-se, devoto de silêncios
Eh dizer sempre, mantra convicto
Como os profetas bíblicos em sua meta
Assombrar a praça e denunciar o reino
Com a voz que fica, gravada em pedra viva
Assim, de cidade em cidade (os teus ouvidos)
Vou mantendo a tradição dos muito antigos
Que traduzem o sagrado em eterno grito
Revisite tudo o que estah dito
Quando apareço a pé
Trazendo o trigo
Com as tábuas da lei, o amor cativo
Que é sempre o mesmo, como um recém nascido
Nei Duclós
Nenhum comentário:
Postar um comentário