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14 de novembro de 2021

SUSTO

Nei Duclós 


O orgasmo como autópsia em corpo vivo Cada órgão vibra em tuas mãos dilaceradas E os olhos roçam o teto Como Tupã troveja na tempestade Na aparência estás muda Sentas na mesa como a deidade desce à terra Depois de colocar a corte de Zeus De pernas para o ar Ninguém ousa perguntar o motivo do transtorno Nem mesmo eu, soldado que ficou de guarda E te viu através de mil cortinas Eras a bailarina na noite em que todos foram à guerra Impossível recusar teu convite Juno, Medusa, Afrodite Levei um susto que rasgou o céu E verteu a teia múltipla de estrelas Nei Duclós

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