DUNKIRK, DE CHRISTOPHER NOLAN: O HEROÍSMO DA SOBREVIVENCIA
Nei Duclós
Numa situação terminal, de derrota, o sacrifício pessoal conta para uma Vitória coletiva mais tarde. O piloto que gasta todo o combustível para perseguir e abater aviões inimigos que dificultavam a operação de salvamento de milhares de soldados e que é forçado a pousar em território dominado pelos alemães, o garoto que pega carona no pequeno barco que navega em direção à toca do Leão, o almirante que se se recusa a se salvar para beneficiar quem fica resistindo, o recrutase que lutam em desespero para escapar da armadilha, tudo isso se reveste de uma aura especial de heroísmo, o que não busca a glória mas algo mais importante, a sobrevivência.
O diretor de Interstellar e Inception, entre outros grandes filmes, compõe nesta obra vencedora do Oscar de 2018 um tensa, dolorosa, heróica, sólida e deslumbrante recuperação da tragédia de Dunquerque em 1940, quando centenas de milhares de soldados aliados foram empurrados para a praia e lá foram resgatados por capitães voluntários de pequenos barcos convocados por Churchill por falta de recursos da Marinha.
Não é a guerra na tela mas o cinema. A trilha sonora indicada para o Oscar pressiona os protagonistas e espectadores para a situação limite do mais trsmendo susopense, onde o heroísmo pessoal cria o desfecho salvador enquanto chove a metralha e bombas dos aviões, os grandes navios são destruidos pelo inimigo e o mar pega fogo na pele e na farda em fuga.
Destaque para os jovens atores que tentam fugir ou salvar, o comandante do pequeno barco que perdeu um filho na guerra e toma decisões dificuldade esse monstro do Kenefh Branagh que mal mastiga as palavras e move as linhas do rosto para transmitir o terror e a segurança de um líder no pior de todos os fronts, o da derrocada.
Filme estupendo. Cinema no mais alto lugar no pódio. Netflix.
Nei Duclós
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