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9 de agosto de 2020

AMOR É VENENO

Nei Duclós 

 

Amamos no desespero

Quando nada é suficiente

Nem o choro ou o remorso

O consolo, o conselho

Ou mesmo a mão que afaga

Na plena dor que apedreja

 

  vemos a artimanha

De Cupido, o deus travesso

Que oculto se aproveita

Da situação  sem sossego



O seu dardo envenenado

Serve de vinho

espumante

O efeito inebriante

Usa a lágrima candente

Para o coração delirante

Ter emoção benfazeja

 

Depois passa

E brigamos


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