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28 de abril de 2020

TESTEMUNHAS DA AVENTURA

Nei Duclós


Agora que vivo confinado
A contar os dias iguais
Como um rebanho antes do sono
E não saio a não ser para receber encomendas
Que desde o portão precisam ser saneadas
Tenho como fotografar meus passos e meu rosto
Que se repetem com legião de clones

Quando era moço e parti para a aventura
A desbravar cidades como num safari africano
E fiz tanta coisa que meu corpo hoje duvida
Não havia uma lente apontada para os gestos e seus entornos

Só havia as nuvens, as estrelas, os corredores e ruas
Como testemunhas



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