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30 de janeiro de 2020

CANÇÃO DO PROVEDOR

Nei Duclós

 Quando eu virar vegetal
Saiam da minha sombra
Não reguem minhas raízes
Não varram as folhas mortas
não consertem os galhos
Ou colham as flores

Deixem-me no deserto
Onde o pássaro mais faminto e indiferente
Arrancará meus olhos

Estarei longe
Num mundo sem mãos estendidas
Abutre do meu sonho
Me alimentarei do nada


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