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8 de dezembro de 2019

BOLETINS


Nei Duclós

Jogados a esmo os poemas
Para que tropecem neles
Sem cair de amores
Pela tal literatura

Como conchas, como frutos não comestíveis
Que pingam de arbustos irreconhecíveis

Como boletins de lojas que sumiram
E anunciavam novidades em jipes
Que nos atraíam meninos
Em estupenda algazarra

Nada comprávamos dos anúncios
Mas fazíamos coleção
Batizando os papeluchos
De boletinhos

Assim também os versos que voam pela rua
E nossa alma guarda
Em envelopes de sonhos



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