Enterrei o poema. Estava vivo
Batia insistente na tampa de vidro
Escutei na superfície onde me achava
Surdo e esquecido
Mergulhei para ver o que fazia
Mas era impossível libertá-lo
Sua voz confundia-se com o silêncio
E as letras boiavam no aquário submerso
Com falta de ar
Precisei subir e me enredei na vocação
Jogada fora como lixo
Encalhando os navios
Ainda escuto os murros trincando o sepulcro
Rezo para que consiga
E venha me salvar deste fim precoce
A que me submeti por falta de sorte
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