Sou poeta de rua
Troco verso por comida
Uso paredes e muros
para a vil literatura
Aos mendigos me misturo
Nas exposições da praça
Mas prefiro a língua culta
Já estou exausto da gíria
Não aceito encomendas
Acróstico e outras frescuras
Não rimo por conveniência
Nem trovo galo de briga
Sou invocado e soberbo
Como um nobre da República
Bebo só quando convidam
Durmo com a luz da lua
Assino meus sentimentos
Com toda desenvoltura
Sou peça de outro tempo
Nas vitrines do subúrbio
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