Vou embora porque fiquei louco
Deixo uma nação que inaugurei aos poucos
Lutei contra o mal disfarçado de anjo
Descubro que sou mortal, vinho no mangue
Fica o exemplo, quando comprei a cordilheira
Morada dos deuses que ninguém levou fé
Depois doei para que a cidadania
Tivesse orgulho de tão sólido presente
Pareço mendigo pois ando aos andrajos
Com ferrugem no elmo e magro Rocinante
Mas nasci para transformar o mundo
De moinho abandonado a próspero gigante
Fui seguido por todos os quadrantes
Nas aventuras que inventei em trilhas desertas
Repassei a promessa de ilhas e continente
Agora fico só, passageiro de Caronte
Coloquem as cores do meu lenço
Na portas e quintais como bandeira
Quem foi? perguntarão
Apenas um estranho
Mas a praça com multidões não ficarão em silêncio
Anunciarão em surdos tambores:
É o coração da terra, o que veio distante
E ficou dentro de nós, poeta do nosso tempo
Trecho de luz que se fez humano
O estrangeiro que acreditou no sonho
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