A poesia não está na palavra
Mas não há outro caminho
A não ser o canto estilhaçado
De quem busca o voo no ventre da asa
Esses versos que se espalham
E se concentram sugerindo vozes
O som das vogais no verbo "sonora"
A vida consoante o silêncio
A infância autentica, que não mais lembramos
Mas que a poeta captura
Pelos vestígios
De uma arqueologia como cerração
Espessa para quem acorda
Linha de fio da faca na água
Para ver o que tem dentro
A dura liquidez pingando num livro aberto
Em que a linguagem passa e deixa nos espinhos da trilha
Um fiapo animado pelo vento
Uma confluência de inúmeros achados e perdas
Um reencontro sem as velhas vestimentas
RETORNO -Sobre o livro ÁGUA DURA, de Juliana Meira
( Artes & Ecos, 73 pgs.)
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