Nei Duclós
Essa vida é uma ilusão
Essa vida é passageira
Só a infância tem razão
Só o poema é de primeira
Mandei um coração
Não precisa devolver
Não sinto falta
Ele está em boas mãos
Só não esqueça na porta
Se começar a chover
Tuas fotos não compõem
uma persona.
És múltipla conforme incide
a luz e a sombra.
nvento-me, risco na areia
que tu, maré, desmanchas
concha que abriga sereia
escuto em forma de onda
És a doçura que brota no deserto,
alimentada pela flor do meu poema.
É preciso paciência ao dizer
E humildade ao escutar
Tudo o que vem do Outro
Quando há ponte entre iguais
É uma ordem do amanhecer
Trouxe orvalho, que estava em falta. Barulho de peixe na
água, para assombrar o acampamento. Estrelas cadentes, que somem em silêncio.
Cavalos marinhos, que ninguém monta.
Não precisa agradecer, flor exposta na varanda.
- Pode voltar! disse ela desesperada para o motorista.
Esqueci o pacote de amor na porta.
Tudo o que não presta, vinga
Tudo o que te dizem, cola
Tudo o que esperas, demora
Tudo o que perdes, não volta
Tudo o que fazes, pagas
Tudo o que esqueces, vale
Tudo o que falas, cobram
Tudo o que consegues, invejam
Tudo o que abandonas, cresce
Tudo o que aprendes, esquecem
Passei depressa pela vida
Deixei um verso como aviso
Teus olhos despertam
quando recitam
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