Nei Duclós
Aprendi na fronteira a ser invisível
Trilhar o mundo paralelo, externo aos vivos
Os que se celebram quando não enxergam
Já acostumei a ficar à parte junto com as estátuas
Sou um sem teto que se recolhe ao quarto
Não fui visto depois que fiz o ginásio
Poderia invocar o testemunho
De quem me viu certo dia não sabido
Mas todos já partiram
Se as pessoas fossem como os cachorros
Que não perdem uma
Talvez eu me transformasse
Seria material e explícito como um cavalo
Todo mundo vê um cavalo
Ele trota garboso e não perde seu tempo
Produzindo poemas
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