Perdi o dom da palavra
Que eu trouxe de outra vida
Desperdicei nas estrofes
De dura caligrafia
Não sei como resgatá-la
Na imensidão dos monturos
Sótãos abandonados
Em ruas já sem registro
Limo em fundos de rios
Pedras foscas em cascatas
Sou hoje desocupado
Moro em papelão e granito
Jogam versos das janelas
Para o sonado mendigo
São meus! Reconheço a letra
Do que doei pela estrada
Poemas feitos de barro
Onde soprei minha alma
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