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30 de novembro de 2018

CONTENÇÃO

Nei Duclós


Tens o choro contido, como nuvem
Que não despenca, para não fazer ruído
Pudor de mostrar o que é explícito
E insistes em chamar de teu segredo

Mesmo os relâmpagos não são mais ariscos
Atordoam o ar com fotogramas
Enquanto indecisa te preservas
Se guarda para não ser consumida

O pior efeito é a escuridão da lua
De inacessivel brilho para o vento
E fique nesse temporal de plumas
Desperdício por não haver mais tempo

Chova, que tarda teu destino
Inunde a carne seca por dilúvio
Sou o pastor de olho na planície
Que abrigará o rio, o lago e a maresia



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