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19 de outubro de 2018

INCERTO

Nei Duclós


Insetos tem vida curta
Não sobrevivem ao outono
Quando lhe sonegam flores
E os jogam como folhas soltas

Andam às cegas, como rebanhos
Voam para perto das cercas
Devoram colheitas, depois somem
Deixam restos de asas dos seus abdômens

Inseto sou, parte do povo
Ando de ônibus, viajo pouco
Só me resta zunir, supersônico
É o poema, motor do meu sonho



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