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16 de setembro de 2018

RELÓGIO

Nei Duclós



Nítida no céu a líquida estrela
Se desfaz em luz que molha a noite
Silêncio do sereno em íntimo descenso
A pousar no chapéu que já não tenho

Fim de estação em teu olhar de feltro
Retumba o coração na sala do mistério
Plena de amor ainda sem apoio
Nenhum dom à vista no ofício da pele

Sobe a lua cheia assombrada pelo medo
Ela não pediu para entrar nesse universo
Pertence sabe-se a quem, criatura sem retoque
Origens talvez no que jamais tem preço
Esse sino que é o tempo nas dobras do relógio



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