Cheguei ao limite do poema
Como antigamente o mar se dissolvia
Quando o navegante alcançava a linha
Que o mapa indicava como enigma
Não é permitido voltar nem ir adiante
É apenas um repouso em ventania
Fico imóvel enquanto o barco treme
É onde estou, trovador que perde a lira
E descobre a inutilidade do seu canto
O cosmo te abandona na conquista
Fico só como um deus marinho
Que cuida dos corais em bruto exílio
Não aguardo sinais de mãos humanas
Mesmo as criaturas nos abismos
Possuem companhia e não se extinguem
Duram para sempre, porque nada importa
Ao contrário de mim, que ainda insisto
Em achar o verso submerso
Que rompa o cerco, mas não quebre o vidro
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